A pouco mais de dois meses do primeiro turno das eleições, Lula continua na frente com 44% das intenções de voto, e o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 33%. Ciro Gomes, do PDT, tem 8%, e Simone Tebet (MDB), 4%. André Janones (Avente) fez 2%. Os demais nomes testados pontuaram 1% ou ficaram abaixo disso.
Todos os números são de uma pergunta estimulada, com os nomes apresentados em formato de lista e fazem parte da pesquisa eleitoral EXAME/IDEIA, divulgada nesta quinta-feira, 21. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Foram ouvidas 1.500 pessoas entre os dias 15 e 20 de julho. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-09608/2022. A EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Veja o relatório completo.
Em comparação com a última pesquisa, feita em junho, os números oscilaram dentro da margem de erro. Apesar dessa variação, quem teve uma queda maior, no limite da margem, foi o presidente Bolsonaro, saindo de 36%, há um mês, para 33%. Lula perdeu um ponto percentual.
Na série histórica, as duas últimas sondagens são as que permitem uma comparação mais precisa, uma vez que outros pré-candidatos foram testados em pesquisa anteriores, mas saíram da corrida presidencial, como o ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil).
“Percebemos um número estável das intenções de voto. Ainda não há nenhum reflexo de impacto resultante das medidas do governo de pagamento de auxílio ou de redução de preço dos combustíveis. Ou seja, é algo que precisamos monitorar na opinião pública nos próximos meses. Vale lembrar que o auxílio emergencial demorou aproximadamente dois meses para ter um reflexo na popularidade do presidente”, explica Maurício Moura, fundador do IDEIA.
Moura se refere ao pagamento de 600 reais do Auxílio Brasil, mais um benefício a taxistas e caminhoneiros, além de um valor maior do auxílio-gás que serão pagos até o final do ano, e que foi aprovado pelo Congresso na semana passada.
Em uma pergunta espontânea, em que o entrevistado precisa dizer o primeiro nome que está na mente, Lula tem 36% das intenções de voto, e Bolsonaro, 30%. Ciro aparece com 3%, e os demais pontuaram 1% ou ficaram abaixo disso.
Segundo turno: distância entre Lula e Bolsonaro é de 10 pontos
Em uma simulação de segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista tem 47%, e Bolsonaro 37%. Na série histórica, essa distância entre os dois ficou maior, se comparado com a pesquisa feita há um mês. O atual presidente também oscilou negativamente, acima da margem de erro.
“É maior a parcela da população que avalia o governo de forma negativa. Na pergunta sobre se ele merece ser reeleito, esse número está acima dos 50%, o que significa uma grande dificuldade de reeleição. Outro dado que tem relação é a maior parte dos brasileiros respondendo que acha que o país está no rumo errado”, diz Maurício Moura.
EXAME/IDEIA testou ainda outros quatro cenários de segundo turno. Lula venceria todas as disputas. Bolsonaro está em primeiro nas simulações com Tebet e Ciro, mas a com o ex-governador do Ceará está dentro da margem de erro e, portanto, é considerada um empate técnico.
Lula tem preferência dos jovens
Ao colocar uma lupa em alguns dados mais específicos da população, Lula tem vantagem no primeiro turno entre os jovens. Na parcela com idade entre 16 e 24 anos, ele tem 52% das intenções de voto, e Bolsonaro aparece com 21%. Ciro tem 10% nesta parcela, e Tebet, 6%.
Já entre os mais velhos, com 60 anos ou mais, há um empate entre Lula e Bolsonaro, ambos com 39% das intenções de voto. Neste grupo de eleitores, o ex-governador do Ceará tem 6%, e Tebet tem 5%.
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