Desde o início da situação de emergência declarada no território Yanomami, o governo Lula tem atuado de forma eficaz. A Força Nacional do SUS fez mais de cinco mil atendimentos aos indígenas encontrados em grave situação de desassistência em saúde dentro da Terra Indígena Yanomami em um mês de emergência no território. O dado foi divulgado pelo Ministério da Saúde.
Os atendimentos emergenciais são realizados nos polos base das regiões de Auaris, Surucucu e Missão Catrimani, dentro do território. Essas são as regiões onde há mais indígenas doentes. O avanço do garimpo ilegal provocou uma crise humanitária sem precedentes na área Yanomami, o maior território indígena do Brasil.
Além de fazer os atendimentos nos polos base, as equipes também atuam na Casa de Saúde Indígena Yanomami na capital Boa Vista, onde há o apoio das Força Aérea Brasileira no Hospital de Campanha.
No caso das crianças atendidas na Casa de Saúde, 78% evoluíram do quadro grave de desnutrição, para o moderado. Os casos mais graves são encaminhados para a rede hospitalar da capital.
A desnutrição em diferentes níveis, pneumonia, diarreia aguda, malária e tuberculose são algumas das doenças mais diagnosticadas entre a população Yanomami, segundo o Ministério. Na avaliação dos profissionais, a maioria dos agravos é prevenível.
A crise sanitária e humanitária na Terra Yanomami exige uma ação interministerial e apoio de diferentes instituições, com representantes que atuam no Centro de Operações de Emergências (COE) para o desenvolvimento de soluções sobre logística, vigilância em saúde, nutrição, alimentação, insumos, infraestrutura e assistência.
Primeiras ações
Mais de 103 profissionais pela Força Nacional do SUS foram enviados para reforçar os atendimentos na região. Desse número, 89 profissionais atuam de forma voluntária.
Para a melhoria do atendimento oferecido na Casai, o COE providenciou instalação de bebedouros e avaliação clínica e nutricional de todos os ocupantes – acompanhantes e pacientes. Além disso, estão em fase de planejamento as reformas da cozinha e do refeitório, a instalação de novo telhado e a contratação de mais profissionais para atuação no local.
Com o objetivo de reduzir a necessidade de remoções até Boa Vista, o Ministério deve implementar um hospital de campanha, com alojamento, cozinha e laboratórios, no polo-base em Surucucui, dentro da Terra Yanomami, para atendimentos de urgência, emergência, recuperação nutricional e aprimoramento da assistência aos indígenas. A ação ocorre em parceria com a organização Expedicionários da Saúde.
“Desde o relatório da transição de governo, identificamos que a crise sanitária Yanomami precisaria de um plano emergencial interinstitucional. Já no início do ano começamos a articular algumas ações”, explica a pesquisadora Ana Lúcia Pontes, integrante do COE Yanomami.
No território indígena, equipes do Ministério da Saúde constaram um aumento de índices preocupantes, como a taxa de mortalidade infantil. Em 2020, esse indicador foi de 114,3 para cada mil nascidos vivos na Terra Yanomami contra 11,5 em todo o Brasil — quase dez vezes maior.
“Havia uma demanda imediata de ampliação da atuação em campo e começou aí o planejamento para o envio de nove equipes da Força Nacional do SUS para entrar em área. Nesse momento, a ação foi focada em três polos que são Surucucu, Auaris e Missão Catrimani. Além de mais uma equipe para ficar ainda na Casai”, lembra Pontes.
Entrega de alimentos e vacinação
Até o momento, foram distribuídas mais de 5,5 mil cestas de alimentos, em caráter emergencial, ao Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y). Os alimentos foram escolhidos com base em valores nutricionais próximos às necessidades e hábitos alimentares dos indígenas.
A estimativa mensal de entrega é de 12,6 mil cestas com uma cobertura estimada de 282 comunidades priorizadas por estarem em situação de insegurança alimentar. Nesses locais, vivem cerca de 21 mil pessoas.
Além disso, o Ministério da Saúde enviou 14,3 testes para o diagnostico de malária na região e mais de 240 mil medicamentos para tratamento da doença.
O Ministério também deve antecipar a vacinação contra Covid-19 para os indígenas Yanomami. Cerca de 20 mil doses de vacinas bivalentes foram enviadas a Roraima para dar início à imunização do povo Yanomami nas comunidades Surucucu, Kataroa, Maloca Paapiú, Auaris, Missão Catrimani e Waputha.
Alem disso, para a proteção contra a Covid-19 e outras doenças imunopreveníveis, o Ministério da Saúde vai antecipar a vacinação contra Covid para os indígenas Yanomamis. Cerca de 20 mil doses de vacinas bivalentes foram enviadas para o estado de Roraima para dar início à imunização do povo Yanomami em seis comunidades: Surucucu, Kataroa, Maloca Paapiú, Auaris, Missão Catrimani e Waputha.
A vacinação contra a Covid-19 e outras doenças imunopreveníveis deve iniciar 25 de fevereiro na Casai de Boa Vista e, em seguida, será levada aos polos.