De fevereiro de 2021 a dezembro de 2022, o Banco Central (BC) elevou em 11 pontos percentuais a taxa básica de juros, que passou de 2,75% ao ano para os atuais 13,75%, mantida na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 2 de fevereiro.
A decisão do Banco Central compromete a atividade econômica no Brasil, com graves consequências para a reconstrução econômica do país, para a produção e geração de emprego e renda.
Diante do anúncio do BC, na semana passada, o deputado federal Rubens Otoni (PT-GO), afirmou que “não há economia que resista a uma taxa de juros de 13,75%”.
“Essa política monetária de juros alto foi derrotada nas eleições, porque fez o país andar pra trás”, afirma Otoni, lembrando que é compromisso do presidente Lula “virar esta página”.
A insistência do Banco Central em manter a atual taxa de juros vem sendo criticada por vários segmentos do país, incluindo economistas, setores do comércio e dos próprios bancos.
Para a Fecomercio-SP, os juros elevados estimulam os investidores a injetar recursos em aplicações financeiras. O dinheiro sai da economia real, produtiva, para ficar “parado” no banco”, advertem os representantes do comércio.
“Os bancos não precisam de juros altos para ter lucro”, afirmou o presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Isaac Sidney. “O que precisamos é de uma agenda para reduzir o custo de crédito. Os juros precisam baixar e isso não depende só dos bancos”, complementou.
Em artigo no jornal Valor, em dezembro passado, o economista André Lara Rezende, já alertava que “no mundo hoje, só o Brasil garante aos rentistas uma taxa real perto de 8% ao ano sem risco e com liquidez imediata”.
Segundo Lara Rezende, com a taxa Selic de 13,75% ante uma inflação anual de 5,79%, “o Brasil tem hoje a taxa básica de juros real mais alta do mundo” – de 8%.
Com isso, o aumento da taxa básica de juros pelo Banco Central, segundo o economista, representou um custo adicional para o Tesouro de R$ 410 bilhões somente nos dois últimos anos do governo.
Atualmente, o BC é independente por força da “Lei da Independência do Banco Central”, sancionada por Bolsonaro em 24 de fevereiro de 2021.
Na época, o argumento para a independência do BC era que a medida permitiria que o país pudesse conviver com taxas de juros mais baixas.
PTNacional, com Valor Econômico e DCM