Os 14 partidos que integram o Conselho Político de Transição bateram martelo, nesta sexta-feira (11), sobre a urgência da PEC do Bolsa Família de R$ 600, parte do projeto de governo de Lula escolhido pelo povo brasileiro nas urnas. Com isso, as lideranças fecharam acordo sobre o caráter de excepcionalidade do Bolsa Família, ou seja, o de que o benefício deve ser excluído de qualquer restrição fiscal ou orçamentária em 2023. A informação foi confirmada pela presidenta Nacional do PT Gleisi Hoffmann, em coletiva após a reunião.
Para o deputado Rubens Otoni (PT-GO) essa é uma obrigação com o povo brasileiro, além de ser um entendimento de política pública. “Há um acordo entre os partidos que compõem o conselho de que a PEC do Bolsa Família é essencial para que a gente atenda a esse compromisso firmado com o povo brasileiro”, apontou Rubens Otoni.
Os partidos discutiram o processo que antecede a chegada das equipes do novo governo Lula e a formação dos grupos de trabalho. “A reunião foi muito boa e serviu para esclarecer com todos os partidos como está se dando o processo de transição, a composição dos grupos de trabalho, a participação dos partidos e o papel desse conselho, que é o de orientar politicamente, discutir os problemas e ajudar a encontrar soluções”, explicou Rubens.
Integram o conselho os partidos PSB, PT, Solidariedade, PV, Psol, PC do B, Rede, Agir, PROS, Avante, PDT, PSD, MDB e Cidadania.
Reação do “mercado” ao discurso de Lula
A presidenta do partido, Gleisi Hoffmann, comentou a estranha reação dos chamados “mercados” ao discurso de Lula sobre a área social, na quinta-feira (10). “Recebemos com espanto [as críticas], não sei o que o presidente Lula falou que pudesse fazer uma variação tão grande no sentimento do mercado. Aliás, hoje, todos os indicadores, como o dólar, já voltaram à normalidade”, comentou.
“Na última semana antes do segundo turno, o auxílio de R$ 600, o reajuste do salário mínimo, o Farmácia Popular, essas foram propostas apresentadas pelos dois candidatos”, lembrou a presidenta do PT. “Podemos dizer, com muita tranqüilidade, que 100% dos eleitores que votaram para presidente aprovaram isso [as medidas]”.
O deputado Rubens Otoni ainda lembrou que o mercado não tem com o que se preocupar, pois conhece bem Lula e sabe como ele trabalha com as finanças públicas e a responsabilidade que tem.