Segundo análise divulgada pelo jornal Valor Econômico, a estatal brasileira é a maior pagadora de dividendos no Brasil e a segunda no mundo. Isso revela a razão de os brasileiros estarem pagando mais caro nos combustíveis após o golpe de 2016.
Em 2022, a Petrobras alcançou o maior lucro da história das empresas brasileiras. Além disso, a companhia aprovou o pagamento de R$ 215,7 bilhões em dividendos aos acionistas, valor mais que duplicado em relação ao ano anterior, quando foi aprovado um total de R$ 101,4 bilhões.
A empresa é a segunda maior pagadora de dividendos do mundo, levando em conta todos os segmentos empresariais. Quando se trata de petroleiras, a companhia distribui 29% do seu lucro, enquanto a Sinopec, que ocupa o segundo lugar no ranking, distribui apenas 9%.
Mas como a política de preços da Petrobrás, a distribuição de dividendos e o preço que pagamos pela gasolina, pelo diesel e pelo gás de cozinha estão relacionados? É muito importante entender.
Depois do impeachment fraudulento contra a presidenta Dilma Rousseff, Michel Temer nomeou para comandar a Petrobrás uma diretoria que instituiu o chamado PPI, ou preço de paridade de importação.
Na prática, o PPI mudou a forma de definir o preço dos produtos fabricados pela Petrobrás no Brasil. O preço da gasolina, por exemplo, passou a ser o mesmo que o da gasolina importada dos Estados Unidos, que é muito mais cara, pois deve ser comprada de uma refinaria americana, levada até um porto dos Estados Unidos, transportada de navio até o Brasil e depois até os postos de gasolina.
De acordo com Deputado Rubens Otoni, o fato prejudica o investimento em ações sociais. “Esta prática, além de enriquecer ainda mais os acionistas, deixa de lado as necessidades sociais e de infraestrutura do país.”, afirma.
Lucros exorbitantes aos acionistas
O deputado Rubens Otoni explica que a Petrobras, mesmo com a equivocada política de paridade de preços do petróleo, cobra R$ 0,26 a mais do que a paridade assentada no mercado internacional. “Por isso, a Petrobras paga lucros exorbitantes aos seus acionistas, e ninguém sabe por que isso acontece, porque não há transparência alguma”, criticou.
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